GUIA DE COMPRA

A versão station da linha Omega nacional, lançada em 1993, é um bom exemplo do chamado conflito forma-função, facilmente explicável. Ao desenhar um produto, os designers podem optar por uma ou outra vertente, ou um pouco de ambas, numa mistura de infinitas possibilidades. O Audi Avant, fabricado na década de 1980, era um bom exemplo da forma em detrimento da função. E a Suprema, com sua traseira alta e quadrada, que definitivamente dividia opiniões, representava o contrário.
Foram duas as versões apresentadas pela GM quando o modelo foi lançado: a GLS trazia rodas de liga, encostos para cabeça traseiros e pára-choques pintados na cor do veículo, mas o ar-condicionado ainda era opcional. A CD era a mais completa e, quando nova, uma Suprema dessa versão custava mais de US$ 60 mil. Vinha com trio elétrico, sistema de freios ABS, computador de bordo, rodas com desenho diferenciado, luzes de neblina, entre muitos outros. Um interessante (e pouco conhecido à época) sistema que destravava as portas em caso de colisão também era de série.
Tecnicamente o Omega era bem mais moderno que o veículo que sucedia, o Opala. O motor da versão básica era um quatro-cilindros em linha, de 2 litros de cilindrada, o mesmo empregado na linha Monza, mas com 116 cv. Pesado e com motor “pequeno”, era lento para um veículo luxuoso. Já o CD vinha com um motor de seis cilindros e 3 litros, de origem alemã, com 165 cv, opção de câmbio automático (e nos primeiros tempos, apenas os modelos com esse câmbio traziam o painel digital), conjunto suficiente para passar dos 200 km/h de velocidade máxima real. A tração é traseira, com suspensão independente por braço semi-arrastado – outro exemplo da superioridade técnica em relação ao Opala, que tem suspensão traseira por eixo rígido. O diferencial era fixado no assoalho, deixando as semi-árvores livres.
Ainda em 1993 foi apresentada uma interessante versão com motor 2-litros a álcool, primeiro a trazer injeção multiponto com esse combustível no mundo, que trazia bicos injetores de platina, processador de 64 kb – o dobro dos até então utilizados –, além do sensor de detonação, que não existia na versão a gasolina. Potência de 130 cv, que conferia muita agilidade ao Omega “etílico”.
Em 1994 é lançada a nova versão básica GL, deixando a GLS numa posição intermediária. Treze anos depois, GM fez a mesma coisa com o novo Vectra, lançando a versão Expression – menos equipada e mais barata...
A GL trazia rodas de ferro e apenas direção hidráulica, vidros verdes, limpador e desembaçador traseiro eram de série. Os frisos eram pretos, assim como os pára-choques. Faltavam ainda os encostos traseiros, numa tentativa de baratear ainda mais a nova versão, que se tornou muito popular entre frotistas e taxistas. A motorização era a mesma da versão GLS.
Para terminar com o estoque dos motores dos seis-cilindros alemães, que deixavam de ser produzidos para dar lugar a um V6 por lá, foi criada a versão Diamond, baseada na GL e que vinha nas cores cinza e vinho.
Em 1995 é lançada a “nova” motorização da linha, um quatro-cilindros de 2,2 litros com os mesmos 116 cv do 2-litros, mas torque de 20,1 kgfm, contra os 17,3 kgfm do anterior. A versão a álcool ainda era oferecida com a unidade de dois litros. A versão CD, porém, sofreu um retrocesso, recebendo a unidade de seis cilindros em linha e 4,1 litros do Opala, revisada pelos engenheiros da Opel e agora denominada Powertech. Era um pouco mais potente que o 3-litros, com 168 cv, mas muito mais “beberrona”. As rodas de novo desenho para o topo-de-linha sinalizavam a nova versão. Surge também a versão GLS 4.1. E em 1996 a Suprema deixa de ser fabricada. No período de 1993 a 1996, foram vendidas 12.163 unidades da perua Omega.
<b>Comprando uma Suprema usada</b>
A falta de manutenção pode levar à entrada de água pela guarnição do teto solar. Os estragos podem se estender pela forração do teto ou à forração interna. O acionamento elétrico do teto, nesse caso, dificilmente estará funcionando.
Atente para o estado das buchas da suspensão dianteira e para a cambagem da suspensão traseira, que por ser independente requer manutenção periódica. Ruídos com as suspensões trabalhando podem indicar problemas. Preste atenção também se não há folgas no eixo cardã, o que pode ser notado por meio da presença de pequenos trancos nas arrancadas ou retomadas. Nos carros com caixa automática, preste atenção se o câmbio não está patinando, ou seja, se nas arrancadas e retomadas o carro não demora a ganhar velocidade como se o veículo estivesse “sem potência”.
Em grande parte dos carros encontrados à venda, a tela do computador de bordo apresenta problemas no cristal líquido. Esse defeito já se manifestava mesmo em veículos novos e, pelo menos na época, eram cobertos pela garantia. Hoje é difícil encontrar esse componente à venda, a menos que se procure em desmanches. Mas o risco de se encontrar uma peça igualmente com defeito também é grande.

  • Alexandre Ule Ramos

O Fim do Omega Suprema

Em 1996 foi decretado o fim da perua Suprema. O Brasil ficou sem um veículo familiar na categoria. Com a chegada do utilitário Blazer, as próprias concessionárias pediram o fim da perua com medo da tão temida “canibalização”, mesmo sendo veículos de categorias distintas.

Em 1997 o volante diminuía de tamanho e a qualidade do acabamento também. A versão mais barata, GLS (a GL não fez sucesso), perdia itens de conforto e conveniência em prol do corte nos custos.

A produção do Chevrolet Omega, marco tecnológico da indústria brasileira, foi encerrada no ano de 1998 no Brasil. Seu sucessor vem da Austrália: trata-se do Holden Comodore, mais caro e que deve ganhar uma nova geração ainda em 2007. Ainda assim, para muitos entusiastas, não houve um substituto a altura para o Omega nacional.



Fonte: Wikipedia
Data: 17/10/2007